Intervenções diversas

  • Prospeção de terreno

É considerada uma tarefa árdua devido à dificuldade em progredir no terreno, tanto pela morfologia do mesmo, como pela vegetação local. Consiste numa observação atenta de uma determinada zona, com o intuito de detetar novas cavidades.

 

  • Desobstrução

É uma atividade que, em muitos casos, resulta da prospeção de terreno. Isto é, durante as prospeções são assinalados locais de interesse ainda que, na altura, sejam inacessíveis e, mais tarde, são organizadas campanhas de desobstrução nos locais anteriormente referenciados.

As campanhas de desobstrução são atividades complexas e árduas, sobretudo pela logística que envolvem. Exigem, de antemão, a programação e criação de equipas com tarefas específicas. Este tipo de atividade pode prolongar-se no tempo (meses, anos), consoante a complexidade e sensibilidade do local.

 

  • Exploração de cavidades

Esta é das atividades, ligadas à Espeleologia, que mais desperta interesse ao Espeleólogo: a pesquisa por locais ainda não visitadas pelo Homem.

A modalidade reveste-se de inúmeros obstáculos, pois a morfologia de uma cavidade é muito variada e durante o processo de exploração, a de pontos de ancoragem deve limitar, ao mínimo, a artificialização da cavidade, de modo a causar o menor impacto possível.

A exploração espeleológica consiste basicamente em percorrer o interior da cavidade, fazendo o reconhecimento subterrâneo da sua morfologia, determinando assim a sua extensão com posterior topografia.

O respeito pelo ambiente hipógeo ou cavernícola é um aspeto fulcral a não descurar. O reconhecimento é efetuado para analisar a cavidade na sua totalidade e verificar a possibilidade do desenvolvimento de novas galerias assim como, avaliar o nível de dificuldade técnica de acesso e verificação da importância da cavidade no contexto do sistema cársico abordado.

 

  • Atividades Verticais

São por norma atividades que são organizadas em espaço aberto, nomeadamente em verticais. Possuem como propósito, o aperfeiçoamento técnico das diferentes manobras associadas à atividade espeleológica.

Este tipo de atividades serve, não só, para a manutenção dos conhecimentos e prática dos intervenientes num patamar elevado como, também, para a preparação dos mesmos para níveis mais avançados de formação.

 

  • Topografias

A topografia pretende representar tridimensionalmente as cavidades e o meio subterrâneo, dando a possibilidade de conhecer, com bastante rigor, a configuração da cavidade, informação precisa acerca do seu desenvolvimento total, desnível, inclinação e orientação. A Topografia fornece também elementos de análise acerca da génese da cavidade e de suas tendências de desenvolvimento, para auxílio das explorações futuras.

O conhecimento detalhado e exato da configuração da cavidade torna-se imprescindível para qualquer que seja a atividade espeleológica quer para visitas regulares, estudos hídricos, geológicos, biológicos, arqueológicos, operações de salvamento, quer para divulgação.

 

  • Monitorização

A responsabilidade pela proteção das cavidades e ecossistemas associados obriga a um planeamento de saídas de campo, assente num processo de vigilância e denúncia contra atentados ambientais, nomeadamente despejos de detritos perigosos detetados.

Uma avultada percentagem de toda a água doce subterrânea do planeta está concentrada em maciços cársicos (calcário). As grutas, são sistemas de escoamento direto de águas, desde a superfície até aos lençóis freáticos, de onde é extraída água potável, portanto, na maioria dos casos, quando são lançados quaisquer tipos de resíduos tóxicos para dentro de uma caverna, o mais provável é que estes possam, consoante a quantidade, vir a influenciar a qualidade da água subterrânea.

 

  • Colaboração com Entidades

A Associação Geonauta conta com um vasto historial de colaborações e parcerias continuando, como sempre esteve até à data, disponível para novos desafios de diferentes naturezas, apesar de num passado mais recente, e até aos dias de hoje, ter estado mais vocacionada para a vertente científica, nomeadamente, como parceira de estudos de investigação científica.

A última colaboração oficial com uma Entidade, foi a parceria com a Universidade do Algarve no Projeto SIPCLIP (Análise Condições Climáticas No Sudoeste Da Península Ibérica Em Períodos Passados).

Recentemente, um dos nossos sócios obteve, através do Centro de Ciências do Mar da UAlg, uma bolsa na National Speleological Foundation (NSF, EUA), atribuída no âmbito da investigação das comunidades microbianas dos sedimentos de grutas Algarvias. Este trabalho terá um caráter primordial na área da Bioespeleologia e apresenta potencial biotecnológico, na medida da obtenção de novas moléculas para a Ciência.

 

  • Formação

Para explorar com segurança os ambientes subterrâneos, os espeleólogos carecem de formação, ou de serem monitorizados por quem a detenha, permitindo desta forma progredir em segurança em condições extremas perante os cenários mais exigentes.

Neste campo, a filosofia da Associação assenta em formar o maior número de sócios possível, com o conhecimento e técnicas adequadas a esta matéria de modo a que, autonomamente, possam integrar equipas e, mais tarde, consoante o grau de formação, liderarem as mesmas.